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Crianças esperam dois anos por um coração. Prof. Mariusz Kuśmierczyk: "Temos um problema significativo quando se trata de doadores pediátricos"

Crianças esperam dois anos por um coração. Prof. Mariusz Kuśmierczyk: "Temos um problema significativo quando se trata de doadores pediátricos"
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Na Universidade Médica de Varsóvia, três jovens pacientes aguardam por novos corações – dois meninos e uma menina. O tempo médio de espera por um órgão para uma criança com cerca de 20 quilos é de mais de dois anos. O Prof. Mariusz Kuśmierczyk, chefe do Departamento de Cirurgia Cardíaca, Torácica e de Transplantes, afirma diretamente: "O transplante é a única maneira de essas crianças sobreviverem hoje."

Crianças com hipoplasia do coração esquerdo ainda nascem na Polônia. Essa anomalia é tão grave que, até recentemente, significava uma sentença de morte – apesar de uma série de cirurgias, mais cedo ou mais tarde o coração pararia de funcionar. Como explica o professor Mariusz Kuśmierczyk, da Universidade Médica de Varsóvia, "em outros países, esses casos são quase inexistentes, porque fetos com essa anomalia são abortados". Não faltam crianças assim na Polônia – e hoje elas podem ter esperança graças aos transplantes.

O defeito é que a criança tem apenas um ventrículo cardíaco funcional – o esquerdo não se desenvolve adequadamente. Para sobreviver, o pequeno passa por várias cirurgias para ajustar seu sistema circulatório. No entanto, com o tempo, esse ventrículo para de funcionar.

- Então a única solução é o transplante – enfatiza o médico.

O problema é que as crianças precisam esperar muito tempo por um novo coração. Atualmente, três crianças aguardam transplante na Universidade Médica de Varsóvia: uma de 7 anos, uma de 9 e uma de 12 anos. Suas chances dependem da descoberta de um doador compatível.

Em adultos, é mais fácil selecionar um órgão – diferenças de tamanho são aceitáveis. Em crianças, não – o tórax delas é pequeno demais para acomodar um coração maior. O especialista afirma que, se tivermos uma criança com menos de 20 quilos, não podemos transplantar um coração maior porque ele simplesmente não caberá.

— Se tivermos um paciente adulto ou uma criança com mais de 50 kg, o problema é menor, pois podemos transplantar um coração até 25% maior. No entanto, no caso dos mais jovens, isso é impossível, porque um órgão tão grande não caberia no peito deles — explicou.

O tempo também está contra nós. Não podem passar mais de quatro horas entre a coleta do coração e sua implantação. No caso de adultos, já existem sistemas especiais de transporte que estendem esse tempo para 12 horas. Para crianças, ainda não existem dispositivos desse tipo.

Há escassez de doadores. O Prof. Kuśmierczyk afirma abertamente:

- Temos um problema significativo quando se trata de doadores pediátricos e é difícil convencermos anestesistas pediátricos a conversar com os pais sobre a doação diante da tragédia da morte de uma criança - disse o cirurgião cardíaco, acrescentando que "uma criança morta pode salvar outras oito crianças e esses órgãos podem viver em outras crianças".

Felizmente, cada vez mais, os próprios pais, vivenciando a tragédia da morte de seus filhos, vão à clínica pedindo a doação de órgãos para que sua perda não seja em vão.

Bebês com defeitos graves geralmente morrem logo após o nascimento. Seus corações, se saudáveis, podem ser usados ​​para transplante, mesmo que a diferença de peso seja significativa.

- O coração deles é um material muito bom para transplante porque podemos implantá-lo em crianças onde a diferença de peso entre o doador e o receptor é muito maior do que em condições normais - disse o médico.

Há poucos anos, eram realizados de 11 a 12 transplantes cardíacos em crianças na Polônia por ano. Agora, o número é o dobro.

- No ano passado, realizamos 23 transplantes de coração em crianças em dois centros – um é a Universidade Médica de Varsóvia e o outro é o Centro Silesiano de Doenças Cardíacas em Zabrze – diz o Prof. Kuśmierczyk.

Atualmente, há cerca de 20 crianças na lista de espera, mas o médico estima que o número real de pessoas necessitadas seja muito maior.

Fonte: PAP

Atualizado: 23/06/2025 10:30

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